Seringal de Miguel Ferrante: exploração do homem nos seringais da Amazônia

Autor

  • Miguel Nenevé Universidade Federal de Rondônia
  • Giselle Costa Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.12797/SI.21.2022.21.05

Słowa kluczowe:

Seringal, seringueiro, violência, exploração, Miguel Ferrante

Abstrakt

Neste artigo exploramos a questão de violência e opressão do trabalhador da borracha nos seringais da Amazônia, visível no romance Seringal, do escritor Miguel Ferrante. O romance é ambientado no seringal Santa Rita, no interior da Amazônia acreana, na primeira metade do século XX. A narrativa reproduz a vida opressiva de seringueiros que trabalham para o dono do seringal, o “coronel” bem como revela o tratamento que se dá às mulheres, “objeto de desejos” de seringalista e seringueiros. Visando sempre o lucro, o dono do seringal explora e escraviza o trabalhador da seringa, tomando atitudes de violência contra seu próprio trabalhador. O romance também revela a condição sub-humana em que vive a mulher no seringal que é ainda mais colonizada e explorada que o homem seringueiro. O seringalista, todo poderoso, sente-se no direito de explorar e estuprar as mulheres indefesas. Argumentamos que o romance de Ferrante continua atual, uma vez que a violência contra a mulher e contra os trabalhadores nos dias de hoje ainda são perceptíveis. Apoiamos o trabalho em teóricos como o pensador decolonial Anibal Quijano (2005), Frantz Fanon (1979) que escreveu sobre a relação da violência com a colonização, Samuel Benchimol (1992), pesquisador da História da exploração da borracha na Amazônia e Cristina Wolf (2001) pesquisadora brasileira que investigou casos de violência nos seringais do estado do Acre.

Bibliografia

BENCHIMOL, S. (1992), Romanceiro da Batalha da Borracha, Imprensa Oficial, Manaus.

CASTRO, F. de. (1997), A Selva, Guimarães, Lisboa, 37 ed. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40141997000100003

FANON, F., (1979), Os condenados da Terra, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.

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QUIJANO, A. (2000), “¡Qué tal raza!”, Revista del CESLA, 1 (1), p. 199.

WOLF, C. (2011), “Mulheres da Floresta. Outras tantas histórias”, Revista Estudos Amazônicos, 6 (1), p. 21–40.

Opublikowane

2022-12-22

Numer

Dział

Literaturas e culturas em língua portuguesa

Jak cytować

“Seringal De Miguel Ferrante: Exploração Do Homem Nos Seringais Da Amazônia”. 2022. Studia Iberica (Studia Iberystyczne) 21 (December): 93-106. https://doi.org/10.12797/SI.21.2022.21.05.

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