O teatro mirandês ou a afirmação da identidade de uma minoria como testemunho da vitalidade e resistência de uma cultura submetida

Autores

  • Anna Kalewska Universidade de Varsóvia, Polonia

DOI:

https://doi.org/10.12797/SI.14.2015.14.02

Palavras-chave:

antropologia de teatro, vitalidade e resistência cultural, Romancero Ibérico, identidade nacional e local, regionalismo

Resumo

O artigo refere o contexto sócio‑cultural das peças do teatro popular (religioso e profano) representadas no Nordeste de Portugal, com especial enfoque em dois autos: Porcina e Marquês de Mântua, mostrando a sua imunidade aos processos de mudança sócio‑política no tempo da submissão de uma cultura original à folclorização e à revificação comercial do ritual castiço. A recuperação das obras literárias que pela sua qualidade artística são fundamentais na história da dramaturgia de Miranda do Douro instaura‑se como uma parte de um programa editorial mais amplo que contempla a defesa da Miranda do Douro em todos os planos (territorial, social, político, económico e cultural) e a regeneração da consciência colectiva mirandesa. É também um apelo para preservação e protecção da dramaturgia mirandina, hoje em vias de extinção, importante como um factor identitário de um povo que nunca tem sido considerado como Estado‑nação, funcionando hoje como o marco de um distinto regionalismo sui generis.

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Publicado

2015-12-30

Edição

Secção

Relaciones de crisis en el mundo galaico-lusófono-mirandés

Como Citar

«O Teatro Mirandês Ou a afirmação Da Identidade De Uma Minoria Como Testemunho Da Vitalidade E Resistência De Uma Cultura Submetida». 2015. Studia Iberica (Studia Iberystyczne) 14 (Dezembro): 15-36. https://doi.org/10.12797/SI.14.2015.14.02.

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