A tradição de Camões na poesia brasileira durante o Arcadismo ou a reinvenção do imaginário épico em O Uruguay de Basílio da Gama e n’O Caramuru de Santa Rita Durão
DOI:
https://doi.org/10.12797/SI.13.2014.13.10Palavras-chave:
período colonial, género épico, intertextualidade, literatura brasileira, neoclassicismoResumo
Na épica colonial brasileira, exemplificada aqui pelos poemas O Uruguay (1769) de Basílio da Gama e o Caramuru(ú) (1781) de Santa Rita Durão afirma‑se a tradição de Os Lusíadas (1572) de Luís Vaz de Camões como forte influência literária, embora apareça uma nova atitude poética, que exalta as diferenças, narrando os feitos heroicos do Brasil, sacralizando a terra brasileira e identificando o seu povo, senão construindo o paradigma de brasilidade. Trata‑se dos poemas que representam a duplicidade de sentidos de construção e expressão ideológica, o espírito clássico e moderno, a tradição e antes de mais a rutura com a ideologia colonial. A formação literária no Brasil parece ter nascido da justaposição da tradição de Os Lusíadas (1572) de Luís Vaz de Camões como um dos fatores mais fortes no processo de formação da consciência lusófona global e a sua gradual superação e substituição pelos modelos nacionais brasileiros.
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