Oratura como afirmação, combate e hibridação nas geografias iberófonas: o caso angolano de Manuel Rui
DOI:
https://doi.org/10.12797/SI.15.2016.15.06Palavras-chave:
oratura, colonialismo, epistemicídio, hibridação, Manuel RuiResumo
O século XV abriu “novos” mundos a Portugal e Espanha e deu início ao colonialismo que viria, do século XVII em diante, a ser global. Com o iluminismo, encontram‑se as bases da modernidade eurocêntrica que trazia no seu bojo o lado escuro do capitalismo e imperialismo: a África foram os europeus buscar milhões de escravos para realizarem a construção da América e nos dois continentes os epistemicídios culturais trouxeram perdas inomináveis. A oratura é uma arma utilizada, hoje em dia, pelos povos ex‑colonizados da América Latina e África, para o resgate e afirmação de culturas e tradições. Em Angola, o escritor Manuel Rui é modelar nessa capacidade de retransformar o texto literário.
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