Oratura como afirmação, combate e hibridação nas geografias iberófonas: o caso angolano de Manuel Rui

Autores

  • Luís Mascarenhas Gaivão Universidade de Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.12797/SI.15.2016.15.06

Palavras-chave:

oratura, colonialismo, epistemicídio, hibridação, Manuel Rui

Resumo

O século XV abriu “novos” mundos a Portugal e Espanha e deu início ao colonialismo que viria, do século XVII em diante, a ser global. Com o iluminismo, encontram‑se as bases da modernidade eurocêntrica que trazia no seu bojo o lado escuro do capitalismo e imperialismo: a África foram os europeus buscar milhões de escravos para realizarem a construção da América e nos dois continentes os epistemicídios culturais trouxeram perdas inomináveis. A oratura é uma arma utilizada, hoje em dia, pelos povos ex‑colonizados da América Latina e África, para o resgate e afirmação de culturas e tradições. Em Angola, o escritor Manuel Rui é modelar nessa capacidade de retransformar o texto literário.

Referências

Alencastro, L.F. (2012), O Trato dos Viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul: Séculos XVI e XVII, Companhia das Letras, São Paulo.

Canclini, N.G. (2001), Culturas Híbridas, Estrategias para entrar y salir de la modernidad, Paidós, Buenos Aires.

Cardoso, B. (2008), “A Escrita Literária de um Contador Africano”, em: Padilha, L. C. e Ribeiro, M. C., Lendo Angola, Edições Afrontamento, Porto, pp. 17‑25.

Castro‑Gómez , S. (2005), La hybris del punto cero: ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada (1750‑1816), Editorial Pontificia Universidad Javeriana, Bogotá.

Gaivão, L.M. (2016), “Pelo Sul se faz caminho: Angola, transculturação e Atlântico, na obra de Manuel Rui, tese de doutoramento”, [on‑line] https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/29800/1/Pelo%20Sul%20se%20faz%20Caminho.pdf,– – 29.07.2016.

Mbembe, A. (2014), Crítica da Razão Negra, Antígona, Lisboa.

Mignolo, W.D. (2011), The Darker Side of Western Modernity. Global Futures, Decolonial Options, Duke University Press, Durham & London. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctv125jqbw

Muanamosi, M. (2011), Filosofia Africana…na Linha do Tempo, Esfera do Caos, Lisboa.

Mudimbe, V.Y. (2013), A Invenção da África, Gnose, Filosofia e a Ordem do Conhecimento, Edições Pedago, Mangualde; Edições Mulemba, Luanda.

Ortiz, F. (1978), Contrapunteo cubano del tabaco y del azúcar, Ayacucho, Caracas.

Pizarro, A. (2006), O Sul e os Trópicos: ensaios de cultura latino‑americana, EDUFF, Niterói.

Quijano, A. (2009), “Colonialidade do Poder e Classificação Social”, em: Santos, B. S. e Meneses, M. P. (orgs), Epistemologias do Sul, CES/Almedina, Coimbra, pp. 73‑117.

Rama, Á. (2004), Transculturación Narrativa en América Latina. Romero de Terreros, Buenos Aires, siglo XXI editores, s.a. de c.v., Madrid.

Rui, M. (2008), “Eu e o Outro – o Invasor ou em poucas três linhas uma maneira de pensar o texto”, em: Ribeiro, M. C., e Padilha, L. C., (orgs), Lendo Angola. Edições Afrontamento, Porto, pp. 57‑73.

Santos, B.S. (2009), “Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, em: Santos, B. S., e Meneses, M. P., Epistemologias do Sul, Almedina, Coimbra, pp. 23‑71. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000300004

Downloads

Publicado

2016-12-30

Edição

Secção

Representações da violência nas culturas coloniais e pós-coloniais de língua por

Como Citar

«Oratura Como afirmação, Combate E hibridação Nas Geografias iberófonas: O Caso Angolano De Manuel Rui». 2016. Studia Iberica (Studia Iberystyczne) 15 (Dezembro): 65-79. https://doi.org/10.12797/SI.15.2016.15.06.

Artigos Similares

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.